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“Explore o turismo, mas não explore o turista”, diz Guilherme Paulus, fundador da CVC


Foto: Samuel Rodrigues, divulgação

O otimismo não estava apenas nas falas do fundador da CVC, Guilherme de Jesus Paulus, durante a palestra que realizou em Caxias do Sul nesta semana. O sentimento também podia ser visto na sua expressão ao abordar a importância e o futuro do turismo na Serra Gaúcha e em outros destinos do Brasil. Paulus é pura confiança. Sem titubear, afirmou: “Não tenham medo de arriscar, apenas acreditem que vai dar certo. Acreditem mesmo, porque dá certo”.

Essa frase está amparada em décadas de experiência à frente da empresa fundada em 1972 e considerada um dos maiores players turísticos do país. Em visita a Caxias do Sul a convite da Secretaria Municipal de Turismo, assumida há poucos dias por Ricardo Daneluz, Paulus teceu elogios à cidade e, principalmente, às pessoas que desenvolvem o turismo por aqui. “Fico feliz com a escolha do Ricardo para a Secretaria de Turismo porque ele tem formação na área”, avaliou. Igualmente elogiou o anfitrião, Juarez Valduga, que recentemente comprou o castelo onde a palestra foi realizada. Proprietário da Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos, ele pretende estender o seus serviços para Caxias do Sul no agora chamado Valduga Lacave.

Paulus ressaltou a importância da iniciativa e reforçou que a Serra Gaúcha deve trabalhar unida. Em seguida, contou que a sua história com a região começou nos Caminhos de Pedra, no Vale dos Vinhedos, quando, ao lado de Tarcísio Michelon, explicava aos colonos que traria turistas para conhecer o trabalho deles. “Vocês sabem o que eles me diziam? Eles perguntavam: 'pra quê? Para virem pessoas nos incomodar?'”, contou, aos risos. O que aconteceu de lá para cá nós sabemos muito bem. Segundo Paulus, o turismo vem acompanhando a evolução do mundo e tem tudo para crescer muito mais. “O Brasil é uma potência turística, somos o quinto país do mundo em extensão territorial e temos mais de 7 mil quilômetros de litoral. O turismo impacta em 52 setores da economia, gera emprego e renda. Temos que trabalhar para que se desenvolva ainda mais”, detalhou.

E como fazer isso? O fundador da CVC deu duas dicas muito importantes. A primeira delas dá título a esse texto: “Explore o turismo, mas não explore o turista”. A segunda tem relação com a primeira: “O principal objetivo é atender bem o cliente”. Foi assim que ele construiu a sua trajetória, espalhada por todos os cantos do país. Hoje, enxerga tanto os atrativos quanto os eventos com uma importância indispensável para o turismo e, ao falar especificamente da região em que estava, citou as principais festas comunitárias e, é claro, a força do enoturismo. “O vinho é o segredo da Serra Gaúcha”.

Ao tratar sobre o que não se deve fazer, também trouxe um exemplo local. E deu a sua opinião: “Gramado se acomodou e teve problemas em 2022. Nunca se pode fazer isso no turismo. O Natal Luz é muito longo e deve respeitar a data religiosa (6 de janeiro). Entrar em janeiro não é uma boa escolha porque o brasileiro gosta de praia”. Também disse que o Brasil enfrenta o problema de ser um país de terceiro mundo. “As pessoas demoram muito para chegar aqui, é preciso um trabalho de promoção muito forte. E digo a vocês: sonhar grande dá o mesmo trabalho. Temos que sonhar grande e acreditar”. O discurso da crença de que apostar no turismo dá certo abriu, passou pelo meio e fechou a palestra. Quem vai duvidar da afirmação de alguém que construiu um império como a CVC? Ninguém.


Foto: Samuel Rodrigues, divulgação

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