Manter o enoturismo de Bento Gonçalves forte passa por uma série de iniciativas, algumas delas não relacionadas diretamente à experiência do turista, mas com forte impacto no resultado final. É o caso do projeto da prefeitura que subsidia o plantio de parreirais com condução da videira em espaldeira.
Explicamos: durante muito tempo, a uva foi plantada com a condução chamada de latada. São aqueles parreirais horizontais, em que se entra embaixo e faz lindas fotos. Com o tempo e o desenvolvimento da produção de vinhos finos em Bento Gonçalves, elas foram sendo substituídos pela plantação em espaldeira, forma de condução em que a planta é cultivada na vertical. E por que isso? Porque a qualidade da uva que tem a sua condução em espaldeira é melhor. Essa mudança foi determinante para as premiações dos vinhos no Exterior e o fortalecimento do enoturismo.
Para que o segmento siga se fortalecendo, a Secretaria Municipal da Agricultura está com um projeto de subsídios para troca de latada por espaldeira ou parreirais novos que sigam essa segunda forma de condução. O titular da pasta, Volnei Christófoli, explica que o cultivo em espaldeira é o primeiro requisito para se inscrever no projeto. “O nosso objetivo é ter vinhos com mais qualidade para que tanto o setor vitivinícola quanto o enoturismo sejam impactados”, explica.
O projeto passou pela aprovação da Câmara de Vereadores e foi oficializado na lei nº 6.790, de 28 de dezembro de 2021. A aplicação começou em 2022 e segue neste ano. “A ideia surgiu de uma conversa com produtores de uva que queriam algum tipo de incentivo da prefeitura. Então criamos o projeto e estamos oferecendo até 30 horas-máquina e subsídio de 50% na compra das mudas viníferas”, detalha o secretário. Há um limitador de área, ou seja, o projeto se aplica a até um hectare por propriedade, para que mais produtores possam ser beneficiados.
Até agora, são 34 inscritos, e 18 deles já tiveram todo o processo finalizado, o que representa em torno de R$ 27 mil em subsídios por propriedade. "Demora um pouco, porque o agricultor se inscreve, a Emater faz o projeto e então começamos o trabalho com as máquinas. Porém, na hora de comprar as mudas, em alguns casos, é preciso esperar de um ano para o outro, porque há a época certa para adquiri-las”, complementa.
Volnei já percebeu que estão sendo beneficiados tanto pequenos produtores que fazem o próprio vinho, e então agora passam a apostar nas variedades finas, quanto quem só cultiva a uva e comercializa para as vinícolas. “Nosso objetivo é ajudar as pequenas empresas familiares e, com isso, fortalecer a economia e o enoturismo”. O trade agradece!
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